Programa Renascer, Servir e Proteger atende a 31 policiais com deficiência física
Monique Cardone, do R7 | 29/05/2011 às 05h50
Monique Cardone, do R7 | 29/05/2011 às 05h50
Monique Cardone / R7
Alunos fazem aquecimento para aula de atletismo no centro de formação da PM
Promovido pelo Centro de Saúde Mental, Física e Desportos, em parceria com a Diretoria de Assistência Social da PM, o programa atende a 31 policiais que se tornaram deficientes físicos combatendo a criminalidade e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de ex-agentes por meio do esporte.
- Depois que descobri o projeto, vi que nós podemos sair, nos divertir e praticar esportes. O projeto abriu muitas portas para mim que só ficava dentro de casa bloqueado pelo medo. Hoje eu faço basquete três vezes por semana.
Com a voz embargada, ele contou que não foi fácil recomeçar, pois ficou internado cinco meses, teve fratura exposta, parada cardíaca e ficou em coma. Mesmo depois de passar por todas as dificuldades, Santos diz não se arrepender de ter entrado para a polícia.
- Quando entramos na corporação, não imaginamos que vai acontecer com a gente, mas tudo é possível. A gente entra e sabe dos riscos.
Dos cerca de 40 mil homens que a Polícia Militar estima ter em seu efetivo, 79 se feriram enquanto estavam no trabalho, até o dia 25 de maio deste ano. Em 2010 foram 237 e em 2009, 279. Apesar de a estatística ser recente, os feridos em serviço são antigos. Em 2001, Jonas Aranha estava no banco da frente da viatura em que trabalhava quando outro policial, sentado no banco de trás, disparou acidentalmente contra ele.
- Vai fazer 11 anos que sou cadeirante. Estou no projeto desde o início e tudo melhorou. Hoje sou da seleção brasileira de handebol e da regional de basquete.
Esportes para deficientes
O projeto que incentivou Jonas e Abraão tem um ano e oito meses e oferece sete atividade diferentes: basquete, rugby, tênis de mesa, natação, atletismo, halterofilismo e handebol. Uma equipe de profissionais de educação física, psicologia e medicina esportiva faz parte do programa, que funciona no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar do Rio de Janeiro, em Sulacap, na zona norte da cidade.
O coordenador do Renascer, Servir e Proteger, coronel Marco Aurélio, disse que os novos atletas demoram aproximadamente quatro meses para se adaptar aos esportes.
- Depois desse período, eles parecem outra pessoa. Tem uns que chegam aqui um lixo, um bagaço, e depois melhoram a autoestima, fortalecem os músculos e passam a ser independentes.
Segundo a psicóloga Maria Leila Alves da Silva, da Fundação Assegura, que também faz um trabalho de ressocialização de policiais militaresreformados, os PMS têm mais dificuldade em retomar a vida devido à formação acadêmica.
- Ele se achava importante diante da sociedade e, quando fica inativo, perde isso. Pela disciplina do trabalho, eles quase acreditam que estão acima de qualquer coisa porque são colocados na rua e permanecem lá faça chuva ou faça sol. Quando sai da ativa, ele se sente inútil. O principal nesse tipo de projeto é retomar a auto estima e manter o cérebro trabalhando.
http://noticias.r7.com/rio-de-
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