Next 250: piloto encaixa bem na moto e isso oferece muita segurança ao piloto em qualquer situação |
Após dar algumas voltas na Dafra Next 250 na novíssima pista do Penbay International Circuit, no Sul de Taiwan, e observar atentamente a moto em seus mínimos detalhes de construção, é possível dizer com segurança que a engenharia da Dafra e da SYM acertaram o ponto e conseguiram colocar os temperos nas medidas certas. A Next 250 tem na sua receita os ingredientes adequados para agradar ao consumidor do Brasil.
Dá pra perceber também que esse acerto é em função do foco que a Dafra colocou no projeto: juntar em uma moto os acertos das duas concorrentes: Yamaha Fazer 250 e Honda CB 300. O design da moto consegue ao mesmo tempo transmitir uma certa agressividade, mas sem perder a harmonia das formas. Apesar de muitos ângulos e cantos nas peças plásticas, o conjunto é agradável e segue tendência das mais modernas linhas para motos naked de cilindrada maior, como a Yamaha XJ-6 e a Kawasaki ER-6n. Como a Dafra mira a Fazer 250 e a CB 300, a Next agrada bastante com seu design peculiar e que lhe confere personalidade própria.
A observação da moto mais de perto permite perceber um grande cuidado com o acabamento e a qualidade dos componentes. “Não podemos ficar atrás das concorrentes”, falou Creso Franco na apresentação da moto durante o teste na pista. “Tudo na moto – inclusive o nome – foi pensado para atrair também os clientes de todas as outras marcas concorrentes para que a sua próxima moto seja a Dafra Next 250″, justificou Franco, referindo-se ao segundo passo de quem tem motos na faixa inicial de 125 a 150 cc. Um detalhe que chamou muito a atenção foi a ficha técnica completíssima distribuída pela Dafra que traz também alguns dados de desempenho (veja abaixo). “Tudo para reforçar nosso cuidado para chegar a um produto final que o consumidor brasileiro procura”, como falou Franco.
Escapamento em aço inox e lanterna em led destacam a traseira da Next 250 |
Painel: além dos indicadores de praxe, voltímetro, alerta de descanso lateral abaixado e aviso para troca de óleo |
A Next 250 tem na ciclística um de seus destaques, sobretudo para rodar nas ruas do Brasil, cheias de buracos e imperfeições. “Fizemos ajustes nas suspensões, na posição das pedaleiras e do guidão e na calibragem do motor e da injeção para adequar-se ao combustível brasileiro”, informou o engenheiro Poletti. Ou seja, bastou apenas uma volta com a SYM T2, a Next 250 na versão taiwanesa, para perceber que a moto brasileira oferece mais conforto, com as suspensões mais macias, as pedaleiras mais avançadas e o guidão mais alto.
Ajuste no manete de freio: luxo de motos maiores |
O peso da moto (173 kg) não se faz sentir. A moto obedece a qualquer pedido de mudança de direção sem o menor esforço e seu equilíbrio e ergonomia destacam-se. O piloto encaixa perfeitamente na moto e o banco bipartido em dois níveis ajuda bastante neste encaixe. O freio traseiro se mostrou um pouco sensível, mas é necessário descontar as freadas fortes em condições de pista, quando a traseira fica leve e a roda traseira tende a travar com mais facilidade. O freio dianteiro é adequado ao modelo, com disco simples e duplo pistão.
Design segue tendência de motos naked maiores |
Esse mesmo cuidado foi adotado no design da parte dianteira da moto. O farol em formato piramidal é envolvido por uma moldura em preto fosco. Acima há um pequeno defletor que protege o painel, que também segue a tendência com múltiplas formas num único conjunto. O conta-giros analógico é redondo e contém um pequeno mostrador digital com o indicador de marchas e de nível de combustível. À direita há outro mostrador digital com velocímetro, relógio, indicador de tensão da bateria, odômetro total e parcial. Nas duas extremidades estão as luzes espia de setas direcionais, farol alto, cavalete lateral, gerenciamento de EFI, neutro, temperatura do motor e um utilíssimo alerta para troca de óleo do motor.
Para o consumidor brasileiro, a chegada da Dafra Next 250 é excelente. O preço é competitivo, a moto mostra qualidades para competir em desempenho até com vantagens, o design é moderno e ela traz itens de tecnologia que não deixam nada a dever. No entanto, a Dafra ainda paga o preço da má impressão deixada pelos primeiros modelos de motos vendidos no Brasil, quando a qualidade era ruim e o serviço deixava muito a desejar.
Nota-se com clareza que os produtos melhoraram muito – a Next 250 talvez seja o exemplo mais bem acabado disso – e o atendimento de pós-venda e de peças também evoluiu. Mas a primeira impressão ainda é forte e a desconfiança do consumidor brasileiro ainda levará algum tempo para ser dissipada. Enquanto isso, a marca do grupo Itavema vai fazendo a lição de casa e vai marcando pontos positivos. Mas ela sabe que não é só com bons produtos que se (re)constrói uma marca.
FONTE: http://www.motonline.com.br/test-ride-dafra-next-250/
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