Campo Grande (MS) – O sargento da Reserva da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Benedito Santana da Silva irá representar o Estado na Copa do Mundo de Tiro Esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional. A competição acontece entre os dias dois e nove de maio, em Alicante, na Espanha. Integrante do projeto de Tiro Adaptado da PMMS e da Associação de Reabilitação e Paradesporto Pantanal (ARPP), Santana irá disputar os primeiros lugares em duas modalidades: carabina de ar comprimido em pé e deitado.
O policial militar da Reserva pratica o tiro esportivo desde 2003, é membro permanente da seleção brasileira paraolímpica de tiro esportivo e foi convocado para o campeonato internacional este mês. Por ser um dos melhores do país no esporte, ele recebe benefícios do CPB como plano de saúde, assessoria técnica e participação nas fases de treinamento pré-competições.
“Esse apoio é muito importante porque com um plano de saúde que vale em todo Brasil temos um excelente atendimento médico e odontológico. Mas o principal é a assessoria técnica. No Estado não temos um instrutor especializado em tiro esportivo, então essa fase de treinamento dias antes da competição, com o técnico da seleção é fundamental para melhorarmos nosso desempenho. O tiro policial é muito diferente do tiro esportivo”, explicou Santana.
O para-atleta já intensificou os treinamentos de preparação. Além das quartas e sextas, dias nos quais o grupo do projeto ser reúne para praticar, o sargento treina nos outros cinco dias da semana para estar afiado na época da Copa do Mundo. Ele se apresentará à seleção no dia 30 de abril para os últimos treinamentos.
“A minha expectativa é boa. Eu vou dar o melhor de mim. Vou me empenhar muito para trazer um bom resultado, mas com certeza vou ganhar mais experiência e aprender bastante”, analisou o competidor. O resultado de Santana mais recente foi um vice-campeonato na última etapa do brasileiro de tiro esportivo.
PROJETO PM
O sargento da reserva começou a praticar o tiro esportivo em 2003, época em que a PMMS iniciou o projeto de Tiro Adaptado. A proposta da corporação era dar uma ocupação, como forma de terapia, para os membros do efetivo que foram feridos em serviço e impedidos de voltar ao trabalho policial rotineiros. Foram disponibilizados local para treinamento, armas, munições e outros equipamentos necessários para a prática do esporte e reabilitação física e mental dos participantes.
“Começou como uma ocupação mesmo, mas tivemos sorte e logo no primeiro campeonato que participamos, já ganhamos. Desde lá nós sempre nos destacamos, ficando sempre entre os três primeiros colocados”, contou Santana.
O sucesso nas competições e no processo de reabilitação dos policiais militares chamou atenção da sociedade e mostrou a existência de uma demanda maior de atendimento. Criou-se então a ARPP e o projeto abriu suas portas para praticantes de fora da corporação.
“O tiro esportivo é um esporte gratificante, mas muito caro. Com a associação podemos buscar outras fontes de recurso, mas a PM é nossa principal parceira. Sem o custeio feito pela corporação não teríamos condições de continuar com o projeto, com a reabilitação e participar de competições. Precisamos agradecer também aos companheiros e às companheiras da PM que com suas doações pessoais nos ajudam a manter o projeto. Sem esse apoio também não seria possível fazer os atendimentos”, agradeceu o sargento.
A criação e a manutenção do projeto de Tiro Adaptado fazem parte de dois importantes pilares do atual comando da PMMS: investir e valorizar o policial militar e desenvolver ações de integração entre a corporação e a comunidade. “A PMMS é o policial militar. A corporação é formada por homens e mulheres que se dedicam diariamente ao trabalho de dar à comunidade uma cidade mais segura. Em muitos casos, é preciso arriscar a própria vida para salvar o cidadão. Esses policiais militares que fazem parte do Tiro Adaptado foram feridos defendendo a sociedade. Nada mais justo do que a PM agradecê-los e ajudá-los a ter uma melhor qualidade de vida. Abrir a participação às pessoas que não vestem nossa farda é mais uma forma de ajudar o cidadão e aproximar a PM da comunidade”, disse o coronel David, que ainda afirmou estar bastante satisfeito e orgulhoso com mais um convocação do sargento Santana.
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