O fuzil AK-47 é uma das armas mais bem sucedidas e a de mais ampla utilização entre todos os tipos já produzidos de armas portáteis. Tanto ele como seu sucessor, o AKM, são utilizados em todo o mundo, por forças regulares e irregulares. Seu projeto é basicamente uma combinação de elementos já existentes em outros fuzis, principalmente o modelo alemão MP43/44 desenvolvido pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido aceito pelo Exército Vermelho em 1947, com cartuchos calibre 7,62 mm. Estava criado o famoso AK-47 (Automatov Kalashnikov) ainda hoje conhecido também pelo sobrenome de seu idealizador, Mikhail Kalashnikov. Precisão, segurança, facilidade de fabricação e manutenção, usinado em aço de alta qualidade com coronha e guarnição em madeira, além de grande resistência em combate, capaz de suportar as mais adversas condições de uso, tornaram-no o fuzil de assalto preferido de muitos exércitos e de guerrilheiros ao redor do mundo. Produzido em larga escala, inclusive sob licença em outros países onde surgiram diversas sub-variantes, estima-se que tenham sido fabricados mais de 40 milhões de exemplares. O AK-47 funciona a gás, sobre o cano traz um cilindro dotado de pistão, quando a bala é disparada uma pequena quantidade de gás do cartucho é automaticamente desviada por um orifício, forçando o pistão para trás. Em função disto, o cão da arma afasta-se da culatra, preparando-a para um novo tiro e o mesmo movimento ejeta o cartucho vazio. Acionada uma alavanca que possibilita ao soldado optar pelo tiro automático, o AK-47 permanecerá carregando, atirando, ejetando e recarregando sem parar, enquanto o dedo pressionar o gatilho. Idealizado para disparar 600 tiros por minuto, na prática alcança 90 tiros por minuto, pois seu carregador comporta 30 cartuchos.
Uma reformulação do projeto em 1959 levou ao surgimento do fuzil AKM, que externamente difere pouco de seu antecessor, mas traz modificações em seu mecanismo de funcionamento e utiliza materiais mais leves, tudo com o intuito de facilitar ainda mais a sua produção. A variante AKMS, com coronha dobrável, podendo ser equipada com visor infravermelho e lançador de granadas, foi adotada por unidades motorizadas e tropas aerotransportadas. Em 1978, baseado no êxito do fuzil M-16 americano, surgiu o AK-74, nova versão do AKM, de calibre 5,54 mm com carregador de plástico, uma arma mais leve, com menor repuxo, maior segurança e controle de tiro. Além disso, a velocidade do projétil, de 900 metros por segundo, lhe garante trajetória mais correta e maior força de impacto. O fuzil AK-47 e suas variações são fabricados em muitos países, como China, Polônia, Hungria, Coréia do Norte e Romênia, sem contar que serviu de base para projetos de outros fuzis muito semelhantes como o finlandês Valmet M62/M60 e o israelense Galil. Recentemente a Venezuela assinou um contrato de aquisição de 100.000 fuzis da versão AK-103, com possível instalação de uma fábrica da arma e de sua munição no país, gerando suspeitas de que futuramente esses fuzis possam ser vendidos aos diversos movimentos guerrilheiros do continente. Sua simplicidade de projeto e de manutenção, aliados à sua comprovada robustez e confiabilidade, tornaram o AK-47 o fuzil de assalto preferido de gerações de combatentes, garantindo sua utilização ainda por muitos anos.
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